Eu sou favorável à greve. Penso que a greve é necessária sim para que o trabalhador possa, além de reinvidicar melhores salários, demonstrar que no mundo atual não cabe mais a escravização.
É preciso sim conscientizar as classes sociais deste país e do mundo todo que todos tem direito a viver bem, com dignidade, com alegria, com felicidade. Que todos devem obter do trabalho os melhores frutos e que o trabalho além de ser digno é instrumento que visa beneficiar a todos, patrão e empregados.
Mas (sempre tem um mas não é mesmo?) o que estamos assistindo também é um total desrespeito à população que é obrigada a depender dos bancos.
Na medida em que os grevistas, com boas razões, fecham os bancos para que não haja movimentação no interior deles, impedem as pessoas que necessitam obrigatóriamente dos bancos de conseguirem, até mesmo, resolver uma pendência nas suas contas que depende exclusivamente do entendimento entre o correntista e o gerente do banco.
E ai fica a seguinte pergunta: Afinal, essa greve é contra os banqueiros ou contra a população?
Sim, porque nos parece que é contra a população. Os banqueiros estão tranquilos onde estão, livres de qualquer agressão por parte dos grevistas que não pensam duas vezes antes de com força bruta e palavras ásperas impedirem o simples cidadão de adentrar na agência que tem sua conta corrente para solucionar as suas pendências.
Fica também mais esta pergunta: Porque contra a população e não contra o banqueiro? Por covardia?
Tenho notado que em qualquer greve é o povo quem "paga o pato". E olha, não depende do povo para que os grevistas tenham suas reivindicações acatadas.
Os grevistas vão como "feras" por cima do povo enquanto os patrões ficam em seus "ninhos" totalmente garantidos e livres de qualquer manifestação dessas "feras".
Notem que essas "feras" nunca se dirigem à frente da casa do patrão para fazer lá os auês que fazem defronte as casas e os comércios daqueles que não tem nada a ver com o emprego das "feras" ou que tenham poder sobre atender os pedidos dos grevistas.
Notem que não vão na frente da mansão do banqueiro gritar palavras de ordem ou ficar apitando, fazendo seus barulhos impedindo o banqueiro de dormir. Mas nós, simples cidadãos, sem qualquer poder de acatar os pedidos dos grevistas temos que aguentar as maiores faltas de respeito e educação que acomete os grevistas quando em greve.
Morei do lado de um sindicato de trabalhadores da área de transportes. Quando esses trabalhadores entravam em greve a vizinhança do sindicado não dormia. Esses trabalhadores ficavam dia e noite fazendo seus barulhos. Tinha um orador que num espaço de 3x4 metros, ou seja, 12 metros quadrados, usava de um som no maior volume para discursar os seus discursos de esquerda que metia o pau no patrão que era de direita. E sabe quem ouvia os discursos? Os vizinhos. Os patrões nem sabiam o que estavam dizendo. Sabiam da greve porque o transporte estava parado. Mas as baboseiras, os xingamentos, a baixaria eles não ouviam.
E olha que muitas vezes eu dei a idéia a eles de irem defronte a casa dos patrões e fazerem ali o que eles faziam no sindicato e quer os vizinhos eram obrigados a ouvir e a conviver. Sabe o que respondiam? Palavras de baixo calão. Tipo assim: Vai tomar no teu cú seu pelêgo de merda!
No meu entender eles não eram outra coisa senão covardes. Comigo e com os demais vizinhos eles não corriam risco de perder o emprego ou de levar porrada da polícia. Mas se fossem encarar os patrões... Não iam. Eram covardes.
Não vou relacionar o movimento grevista dos bancários dos dias atuais com aqueles que relatei acima. Mas tenho certeza que falta coragem para esses grevistas irem à frente das casas dos banqueiros e lá reivindicarem tudo que eles tem direito de reivindicar. Vão continuar a greve contra a população. Os banqueiros vão continuar no sossego dos seus lares, se deliciando de todas as mordomias a que eles tem acesso, às melhores alimentações com os melhores alimentos e desfrutando das melhores bebidas que se pode ingerir neste planeta.
A greve é válida, com certeza. Só que a maneira de desenvolvê-la é falsa e só penaliza a quem não deveria penalizar que é a população que nada pode fazer para solucionar as questões que reivindicam os grevistas.
No dia em que eu assistir os grevistas fazendo seus movimentos de greve nos locais que realmente deveriam se realizar eu não terei mais motivos para vir aqui e escrever isto. Talvez eu até venha para escrever, mas será, dai, para elogiar. Até lá fica aqui o meu protesto pela falta de consideração que a classe trabalhadores quando em greve tem para com o restante da população.
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