Hoje eu quero tentar escrever alguma coisa sobre futebol.
Não resta dúvidas que o futebol é o "segundo ar" que o brasileiro respira.
Não vou aqui dizer que o resto do mundo o tem na mesma importância por que não seria totalmente verdadeiro. Alguns outros paises sim, "respiram futebol" como o brasileiro respira.
Vou me ater ao Brasil, aos brasileiros.
Em breve estará acontecendo a Copa do Mundo. Esse evento reune o "melhor" futebol do mundo, representado por paises que conseguiram se classificar para a disputa. Podemos até entender então que esses paises são os que jogam o melhor futebol do mundo.
Entre os melhores está o Brasil. E entre os que se acredita que será o melhor dos melhores também está o Brasil. E o técnico da seleção brasileira, o Dunga, joga toda sua esperança num só jogador, o Kaká. E nós jogamos toda nossa esperança no Dunga e em todos aqueles jogadores e equipe que o Dunga resolveu convocar para representar o país e disputar a Copa do Mundo lá na África do Sul.
Ganharemos?
Perderemos?
Não sei ainda. Saberei tão logo termine o campeonato ou então tão logo o Brasil, que Deus me livre, seja eliminado da disputa por uma outra seleção.
Falar em seleção me remete ao pensamento de como é difícil formar uma seleção num país como o nosso, que como eu já disse, "respira futebol". Nosso país, me parece, não vive sem futebol. A falta dessa modalidade esportiva mataria os brasileiros, ou pelo menos os adoeceria de tal forma que mais pareceriam zumbis, mortos vivos, totalmente sem direção e sem objetivo.
Futebol para o Brasil é propaganda, mas para os brasileiros é vida.
Para comprovar essa afirmação bastaria que se proibisse o jogo de futebol no país. Tenho certeza que se isso ocorresse o índice de suicídio cresceria numa proporção assustadora. O de homicídio, a mesma coisa. O de agressão ultrapassaria qualquer previsão por mais negativista que fosse.
O fato é que em breve conheceremos a nossa seleção e do que ela será capaz de fazer em campo jogando futebol. Espero que o que faça seja o melhor para ela e para a nação brasileira. Mas se não for... Bem... Creio que se não for os mais de 190 milhões de técnicos de futebol que há no país encontrarão um meio de corrigir os erros desta seleção e iniciar a formação de outra para a próxima disputa em 2014. Afinal, futebol é a nossa praia, a nossa vida, o nosso ar, a nossa meta, o nosso tudo.
Nós damos menos importância às urnas eleitorais que utilizaremos neste mesmo ano e damos muito mais importância para o futebol nosso de cada dia. Pouco nos importa quem dirigirá o país e a nação. O que nos importa é que ganhemos as disputas que o futebol nos proporciona.
Em breve estaremos todos atentos aos acontecimento na África do Sul. Não estaremos nem aí para os acontecimentos que houverem no Brasil. Se os impostos aumentarem ou não, pouco importa. Se o governo estará governando para todos ou para alguns, não importa. Se houver corrupção, não importa. Se houver escravização, não importa.
A única coisa que importará será a seleção brasileira, o melhor futebol do mundo e a conquista da taça nos tornando (nos tornando?) hexacampeão!
Tenho certeza que toda equipe convocada para ir disputar a Copa do Mundo na África do Sul será remunerada muito bem para ganhar ou não. Ganhando obviamente a remuneração será ainda melhor.
Tenho certeza também que todos nós, os torcedores, gastaremos muito bem para ficar torcendo pela vitória da nossa seleção. Tenho certeza que ganhando ou não nossa vida não mudará em nada. Ou melhor, poderá mudar sim. Com a falta da nossa atenção para o que realmente é importante, poderemos nos ver mais pobres, mais endividados, pagando mais impostos, tendo sido roubado muito mais do nosso cofre público, enfim, poderemos estar numa situação diferente da que nos encontramos anteriormente à Copa do Mundo.
Talvez até as sentenças judiciais esperadas se tornem as inesperadas, privilegiando ainda mais aqueles que pouco se importam com o futebol, mas que se importam muito em tirar vantagem de tudo que for possível para sair-se bem neste país que respira do ar que envenena e aliena.
Não me dêm porrada por ter escrito o que escrevi. Se tiverem que me dar porrada o façam com classe e pelo que eu não escrevi.
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