Quando eu era criança não perdia tempo. Tinha um tempinho livre e lá estava eu jogando futebol com a molecada da rua.
A gente tinha até um time formado para disputar com as molecadas das outras ruas.
E quando não conseguia reunir moleques suficientes para formar um time, jogava a tal de repetida que era composto de um contra um, ou dois contra dois.
Se havia seis moleques a fim de jogar futebol, era três para cada lado e o jogo era bom.
Oito? Quatro para cada lado.
O problema era quando tinha número impar de moleques. Se três, um ficava no aguardo de quem ganhava para disputar com ele. Se cinco, a mesma coisa só que os que perdiam é que “tiravam par ou impar” para ver quem saia para o que ficou esperando então ir jogar.
A coisa era séria para a idade que a gente tinha e outra coisa: era jogar futebol de verdade. Esporte pelo esporte. Diversão pela diversão.
Eu e meus amigos fomos crescendo e a vida consegue mudar tudo. Cada um foi pro seu lado, como se costuma dizer e cada um seguiu sua vida com ou sem futebol.
Daqueles amigos de infância que eu tive e com os quais jogava bola todos os dias nenhum se profissionalizou no Futebol. Cada um se tornou um profissional em outras atividades.
Eu há muito tempo que não jogo futebol. Lembro que a última vez que joguei foi com uns companheiros de serviço numa quadra de futebol de salão. E foi bom. Corri muito. Cansei bastante. Diverti-me no jogo e depois do jogo e do banho fui jogar sinuca. Nesse dia eu não era nenhuma criança. Já estava com meus quarenta e poucos anos, mas confesso que me diverti como se tivesse aqueles meus seis, sete, oito... Doze... Dezesseis anos de idade. Como quando eu era ainda uma criança ou um moleque jogando futebol.
Cresci não me preocupando com futebol profissional. Para mim era só uma brincadeira e um esporte. Nunca um meio de ficar rico e milionário.
Hoje quando leio notícia de que um jogador de futebol ganha mais de um milhão de reais por mês de salário eu penso: que absurdo!
Mas é assim não é? Quando o moleque que joga bem futebol cresce e se torna um profissional nesse esporte ele passa a ganhar muito dinheiro. Principalmente se a Europa o enxerga e o compra para jogar num dos seus times. O moleque então já adulto e profissional passa a ganhar tanto dinheiro que perde até a conta do tanto que tem.
Não tenho nada contra o profissional do esporte. Nada contra o jogador de futebol. Mas convenhamos que é demais o que se paga para um jogador perto do que paga para um trabalhador.
Um dia eu falei isso para uma pessoa e essa pessoa, fanática por futebol, me esculachou o quanto pode. Dizendo que não tinha nada a ver uma coisa com a outra, defendeu veementemente que o jogador de futebol tem que ganhar muito bem mesmo por que é ele quem leva o nome do time ou da seleção e defende o seu time ou o seu país.
Aceito os argumentos desse cara e qualquer outro argumento que qualquer outro cara tiver para defender os salários milionários que se paga para jogadores de futebol no mundo todo. Aceito, oras! Mas garanto que não movo uma palha sequer para que esses salários milionários sejam pagos com uma parte do meu dinheiro. E já vou dizendo de cara que se estão pagando salários milionários para jogadores de futebol com dinheiro de impostos que eu também pago, eu não concordo e ficam aqui os meus protestos.
Amanhã, dia 10 de junho de 2010, o mundo assistirá a abertura da Copa do Mundo. O campeonato mundial de futebol. O Brasil, ou melhor, a seleção de futebol brasileira já conseguiu conquistar o pentacampeonato. Aplausos para o Brasil, isto é, para a seleção brasileira de futebol.
Pelo que me consta a seleção brasileira é cotada como a mais provável seleção para conquistar o hexacampeonato.
Creio que se os jogadores selecionados para a seleção brasileira conseguirem conquistar esse hexa, deverão ganhar muito dinheiro. Ganharão quantias que noventa e nove por cento dos brasileiros passarão a vida toda e nunca atingirão a cifra, embora trabalhem, produzam e sejam muito mais importante para o país do que um jogador de futebol é.
Mas não vamos aqui entrar nesse mérito. Até por que os fanáticos por futebol defendem que os jogadores são “guerreiros” que derrotam “inimigos” e ganham a “guerra” para o país que representam.
Para mim isso tudo é uma tremenda duma besteira. Mas é para mim e para esses fanáticos não.
Para mim se o campeonato tiver esse ou aquele vencedor tanto faz. Não ganharei nada, absolutamente nada, com a conquista seja lá de quem for. Pelo contrário. Se eu bobear estarei gastando, jamais ganhando.
Seja quem for a conquistar o campeonato, no mesmo dia e nos dias subseqüentes eu continuarei saindo e indo pelas ruas da minha cidade e das demais cidades do meu país e observando que a miséria permanece entre os meus compatriotas, os cidadãos do meu país que pagam impostos altíssimos para que seus dinheiros sejam produtos de corrupção por aqueles que manipulam tudo e todos.
Vou torcer sim pelo esporte, mas sei perfeitamente que serei minoria torcendo por isso. A maioria estará alienada, achando que o campeonato mundial de futebol é uma “guerra” que o país enfrentará e que precisa de qualquer maneira vencer o “inimigo” sendo isso a única maneira possível de trazer a felicidade para a nação brasileira.
A gente tinha até um time formado para disputar com as molecadas das outras ruas.
E quando não conseguia reunir moleques suficientes para formar um time, jogava a tal de repetida que era composto de um contra um, ou dois contra dois.
Se havia seis moleques a fim de jogar futebol, era três para cada lado e o jogo era bom.
Oito? Quatro para cada lado.
O problema era quando tinha número impar de moleques. Se três, um ficava no aguardo de quem ganhava para disputar com ele. Se cinco, a mesma coisa só que os que perdiam é que “tiravam par ou impar” para ver quem saia para o que ficou esperando então ir jogar.
A coisa era séria para a idade que a gente tinha e outra coisa: era jogar futebol de verdade. Esporte pelo esporte. Diversão pela diversão.
Eu e meus amigos fomos crescendo e a vida consegue mudar tudo. Cada um foi pro seu lado, como se costuma dizer e cada um seguiu sua vida com ou sem futebol.
Daqueles amigos de infância que eu tive e com os quais jogava bola todos os dias nenhum se profissionalizou no Futebol. Cada um se tornou um profissional em outras atividades.
Eu há muito tempo que não jogo futebol. Lembro que a última vez que joguei foi com uns companheiros de serviço numa quadra de futebol de salão. E foi bom. Corri muito. Cansei bastante. Diverti-me no jogo e depois do jogo e do banho fui jogar sinuca. Nesse dia eu não era nenhuma criança. Já estava com meus quarenta e poucos anos, mas confesso que me diverti como se tivesse aqueles meus seis, sete, oito... Doze... Dezesseis anos de idade. Como quando eu era ainda uma criança ou um moleque jogando futebol.
Cresci não me preocupando com futebol profissional. Para mim era só uma brincadeira e um esporte. Nunca um meio de ficar rico e milionário.
Hoje quando leio notícia de que um jogador de futebol ganha mais de um milhão de reais por mês de salário eu penso: que absurdo!
Mas é assim não é? Quando o moleque que joga bem futebol cresce e se torna um profissional nesse esporte ele passa a ganhar muito dinheiro. Principalmente se a Europa o enxerga e o compra para jogar num dos seus times. O moleque então já adulto e profissional passa a ganhar tanto dinheiro que perde até a conta do tanto que tem.
Não tenho nada contra o profissional do esporte. Nada contra o jogador de futebol. Mas convenhamos que é demais o que se paga para um jogador perto do que paga para um trabalhador.
Um dia eu falei isso para uma pessoa e essa pessoa, fanática por futebol, me esculachou o quanto pode. Dizendo que não tinha nada a ver uma coisa com a outra, defendeu veementemente que o jogador de futebol tem que ganhar muito bem mesmo por que é ele quem leva o nome do time ou da seleção e defende o seu time ou o seu país.
Aceito os argumentos desse cara e qualquer outro argumento que qualquer outro cara tiver para defender os salários milionários que se paga para jogadores de futebol no mundo todo. Aceito, oras! Mas garanto que não movo uma palha sequer para que esses salários milionários sejam pagos com uma parte do meu dinheiro. E já vou dizendo de cara que se estão pagando salários milionários para jogadores de futebol com dinheiro de impostos que eu também pago, eu não concordo e ficam aqui os meus protestos.
Amanhã, dia 10 de junho de 2010, o mundo assistirá a abertura da Copa do Mundo. O campeonato mundial de futebol. O Brasil, ou melhor, a seleção de futebol brasileira já conseguiu conquistar o pentacampeonato. Aplausos para o Brasil, isto é, para a seleção brasileira de futebol.
Pelo que me consta a seleção brasileira é cotada como a mais provável seleção para conquistar o hexacampeonato.
Creio que se os jogadores selecionados para a seleção brasileira conseguirem conquistar esse hexa, deverão ganhar muito dinheiro. Ganharão quantias que noventa e nove por cento dos brasileiros passarão a vida toda e nunca atingirão a cifra, embora trabalhem, produzam e sejam muito mais importante para o país do que um jogador de futebol é.
Mas não vamos aqui entrar nesse mérito. Até por que os fanáticos por futebol defendem que os jogadores são “guerreiros” que derrotam “inimigos” e ganham a “guerra” para o país que representam.
Para mim isso tudo é uma tremenda duma besteira. Mas é para mim e para esses fanáticos não.
Para mim se o campeonato tiver esse ou aquele vencedor tanto faz. Não ganharei nada, absolutamente nada, com a conquista seja lá de quem for. Pelo contrário. Se eu bobear estarei gastando, jamais ganhando.
Seja quem for a conquistar o campeonato, no mesmo dia e nos dias subseqüentes eu continuarei saindo e indo pelas ruas da minha cidade e das demais cidades do meu país e observando que a miséria permanece entre os meus compatriotas, os cidadãos do meu país que pagam impostos altíssimos para que seus dinheiros sejam produtos de corrupção por aqueles que manipulam tudo e todos.
Vou torcer sim pelo esporte, mas sei perfeitamente que serei minoria torcendo por isso. A maioria estará alienada, achando que o campeonato mundial de futebol é uma “guerra” que o país enfrentará e que precisa de qualquer maneira vencer o “inimigo” sendo isso a única maneira possível de trazer a felicidade para a nação brasileira.
O Esporte... Ora o esporte! Quem se preocupa com o esporte?
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