É isso mesmo, gente boa!
É tudo isso que tá aqui.
Ladrão, vagabundo, aqui tem de tudo mano novo.
Tudo que existe tem causa na periferia e é nosso.
E tem também gente boa mano!
Tem muita gente boa!
E tudo que tem é nosso e não estamos com nada.
É isso mesmo, mano novo.
Isso mesmo mano velho!
Você que tá aí e experimentou
E tá passando sabe bem disso.
Já viveu momentos negros que só tem na periferia.
Já correu e já ficou em paradas das mais violentas.
Já constatou, mano velho, os homens são violentos.
Já viveu essa violência que tá na periferia.
Ela é como sangue que corre nas veias.
Assim ele corre pelas ruas e avança
E chega à gente boa da cidade da periferia.
Ela mostra sua face e não dá outra pra bater.
Vem dominando e tornando tudo periferia.
Na cidade então tem ladrão,
Vagabundo de montão
E tudo que tem é nosso.
De um lado a Ordem e Progresso
E do outro a violência com sucesso.
Crime Organizado?
E se derrama sobre os manos.
O maninho já nem vai mais pra escola.
Vai ficar burro!
E nem tá aí.
E dai?
Burro também pasta
E tem pasta à beça na cidade da periferia.
...e como tem!
Tem pasta pra executivo,
Tem pasta pra empregado
E pra burro também tem.
E a periferia está lotada de gente boa,
De gente com Deus no coração.
E é a periferia que perde e continua no prejuízo.
É a periferia que padece pra cidade se erguer.
É a periferia que está fazendo tudo que é nosso.
É a periferia...
Os manos novos e os manos velhos.
É a cura pra doença social.
É a ressurreição dos mortos
Que estão bem vivos na periferia.
A vitória do bem e do mal dividindo territórios.
É poder paralelo
E é Poder Institucional
De manos de tribos diferentes
E tudo que tem, taí...
Taí e é nosso!
Nós é que fizemos.
E tudo que taí é dos manos das tribos diferentes.
Os manos sempre se erguem e as cidades se enchem
E se enchem de manos ladrões,
Vagabundo,
Colarinhos brancos,
Políticos,
Polícias
E muitos outros
E se enchem!
Tudo que taí é nosso mano.
Somos nós mesmos!
É a cidade periferia.
Violência!
Poder!
Crime Organizado!
Por quem?
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