Hoje eu não tenho absoluta certeza do assunto que pretendo deixar aqui.
Mas vou começar colocando aqui o que li no jornal enquanto fazia meu desjejum.
Logo de cara, em manchete, fui informado que a minha cidade detém o maior índice de pessoas que aderiram à nota fiscal paulista, perdendo somente para a capital.
Pensei: é para eu ficar orgulhoso sobre isso?
Como essa pergunta eu fiz para mim mesmo, então também a respondi de imediato e para mim mesmo: NÃO! Eu fico é muito mais decepcionado com essa notícia e com esse fato. Pensei que as pessoas da minha cidade fossem mais esclarecidas, mais politizadas e exigissem mais respeito com o dinheiro dos impostos. Que pena que também essas pessoas da minha cidade se somam a outras tantas nesse desvio de finalidade do dinheiro arrecadado pelos impostos. Que pena que elas aderem assim tão facilmente ao “quem quer dinheiro?” instituído pelo governo de São Paulo. Que triste que é saber disso. Que triste que é viver isso.
Esse desvio de finalidade do dinheiro dos impostos deveria ser combatido por todos e fico admirado de ver o Ministério Público, que é o fiscal da Lei, quedar-se inerte.
Que eu saiba o dinheiro arrecadado pelos impostos deve retornar à sociedade em benefício de todos e não servir, mesmo que seja somente uma parte dele, para ser sorteado, como se dinheiro de loteria fosse.
Enquanto esse dinheiro é sorteado tudo está por se fazer neste Estado, haja vista a miséria em que se encontra vivendo a população no que diz respeito à saúde, educação, transporte público, infra-estruturas em geral, enfim, tudo que falta para a população ter qualidade de vida.
No meu entender deve estar sobrando dinheiro nos cofres públicos para que se possa sorteá-los dessa maneira. Melhor seria então que o governo de São Paulo, que está com a burra lotada, diminuísse o índice dos cálculos dos impostos beneficiando a todos e não ficar aí imitando certos programas populares de televisão que visam tão só aumentar a audiência sorteando prêmios àqueles que adquirem seus carnês ou algo do gênero.
O dinheiro dos impostos ao invés de ser sorteado ou descontado no IPVA dos automóveis, deveria servir para que todas as nossas crianças estivessem nas escolas recebendo instrução e educação e talvez assim nós não tivéssemos que ler, também no jornal de hoje, que nossas crianças e adolescentes estão cada vez mais viciadas no crack. Não tivéssemos que ler que essas crianças e adolescentes estão trabalhando para o tráfico e para o crime organizado. Não tivéssemos que estar informados que nossos jovens, de todas as classes sociais, se inserem cada vez mais no submundo do crime. Não tivéssemos que conhecer a falta de esperança que existe na nossa sociedade que se encontra cada vez mais à mercê dos políticos corruptos.
Perdoem-me os que defendem a “loteria” com o dinheiro dos impostos do Governo de São Paulo, mas para mim essa maneira de governar é a pior que existe porque somente beneficia o político que está por traz disso e que disso se aproveita para ter imagem populista e assim angariar votos quando novamente estiver candidato ou apontar um candidato. Não passa de programa de governo eleitoreiro. Governo que está sempre em campanha, mas não está sempre governando.
Sou uma voz sem eco e sei perfeitamente que nenhum efeito causará que leve as pessoas a refletir a respeito do assunto e tampouco a modificar qualquer coisa neste Estado e neste país. Até porque assistimos não só nosso país, mas todos os países do planeta sendo administrados de forma somente benéfica a grupos que desejam enraizar-se no poder e ali permanecer ad eterno.
Mas no dia que eu morrer, naqueles minutos anteriores ao último suspiro, ao passar a minha vida na minha frente eu irei sorrir satisfeito de mim mesmo porque não fiquei calado e lutei a boa luta contra os imbecis que adoraram e adorarão tão só o que é vício e não virtude. Morrerei feliz porque não fui covarde e mesmo que se diga que minha luta se deu contra “moinhos de vento” eu me direi que pelo menos eu tive um ideal sincero que buscou sempre encontrar o verdadeiro alicerce para a construção de uma sociedade mais justa e mais perfeita. Que fui daqueles que empreendeu essa cruzada contra tudo e contra todos que tem por desejo subjugar a população manipulando-a e levando-a ao caos em que se encontra.Amanhã, certamente, lerei o jornal e nele, obviamente, encontrarei notícias que me farão tremular ainda mais a bandeira que já brando há muito tempo. A Bandeira daqueles que não precisam de cotas, não precisam de prêmios, não precisam de dólares nas malas e nas cuecas, não precisam poder e tampouco subjugar pessoas para que se sintam completos ou aptos a viver em sociedade. Continuarei brandindo a bandeira daqueles que possam vestir a camisa onde se inscreve a frase de “negão 100%” ou de “branco 100%” ou de “vermelho 100%”, ou de “amarelo 100%” ou de que colorido for, sem cair no fosso do que grita racismo! Discriminação! Continuarei brandindo a bandeira que agrega a todos como irmãos, em igualdade e em liberdade.
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